segunda-feira, 2 de novembro de 2009

IGREJA DA SÉ - CATEDRAL DO ARCEBISPADO DE OLINDA E RECIFE


Segundo uma lendária referência, “numa disputa entre colonizadores e gentios, um risco foi feito no chão e dado o aviso que todo o índio que passasse daquela marca haveria de morrer. E os que passaram caíram mortos. E neste lugar se edificou o suntuoso templo do Salvador, matriz das demais igrejas de Olinda”.

Sabe-se que muito antes que o donatário da Capitania de Pernambuco – Duarte Coelho – chegasse às suas terras, criava-se em Portugal, por alvará régio, a PARÓQUIA DO SALVADOR DO MUNDO, em 05/10/1534, além da designação do seu 1º vigário: Padre Pedro de Figueira.

A construção primitiva iniciou-se em 1540 e foi feita de “taipa de mão e madeira”. Em 1578 um visitador dos Jesuítas descrevia a Sé como “formosa matriz, com três naves, muitas capelas ao redor...” Toda a obra foi concluída em 1621, às expensas do Senado da Câmara. Inclusive sua torre única e capelas. O incêndio ateado pelos holandeses, em 1631, danificariam causariam grande parte do templo, que aparece em telas pintadas por Franz Post, com andaimes, indicando já estar ele sendo recuperado...

Criada a Diocese de Olinda, em 16/11/1676, foi a elevada a Catedral desse Bispado e organizado o seu Corpo Capitular. Dois séculos se passariam para que uma grande restauração fosse autorizada, infelizmente alterando completamente suas linhas arquitetônicas, acrescentando-lhe mais uma torre e dando-lhe uma aparência gótica. Essa imagem perduraria até 1974, quando sua reconstrução aconteceu, voltando às linhas antigas mas deixando ficar a volumetria que surgira com o acréscimo de uma outra torre. Infelizmente, todo o acervo móvel anterior não mais voltou à Sé. Obras de arte em pinturas, azulejos, mosaicos, talhas e móveis do passado fora transferido para outros locais e por lá ficaram.

Em 1983, inaugurava-se a Sé, com o seu aspecto atual, com fachada em estilo renascentista-maneirista, portas ladeadas por colunas jônicas. São três naves no seu interior, separadas por arcos que apresentam colunas toscanas, ambos de cantaria. A Capela-mor é tipicamente Renascentista. Nela estão as cadeiras do Cabido Metropolitano. Ao centro, sob o Cristo Crucificado, a Cadeira Episcopal, ricamente entalhada. Duas capelas colaterais profundas, uma para o Santíssimo Sacramento e outra do Santo Cristo, possuem retábulo em talha dourada e barra de azulejos antigos. Quatro outras capelas laterais possuem passagens inter-comunicantes entre si e estão hoje desprovidas de ornamentos. À direita da nave, suspenso junto a uma coluna está a imagem do Salvador do Mundo, em tamanho natural, vinda da França.

A belíssima Sacristia tem móveis em jacarandá que guardam um tesouro em vestes litúrgicas, No 1º andar, está a Sala do Cabido Metropolitano, com móveis valiosos, balcão em muxarabi e a cama onde dormiu o Papa João Paulo II, em sua visita a Pernambuco. Um alpendre abre a vista para o esplêndido terraço, de onde se descortina uma privilegiada visão do casario, monumentos e do mar de Olinda.

Na parte posterior da edificação está a sala que guarda os restos mortais da maioria dos Bispos e Arcebispos de Olinda e Recife, exceto Dom Vital, sepultado na Basílica da Penha e Dom Helder Camara, cuja tumba, singela, está junto ao altar-mor da Catedral, visitada constantemente por todos que entram na Sé.

A Sé Catedral é um dos maiores patrimônios culturais do Brasil!

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