segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PASTORIL - UMA TRADIÇÃO VALIOSA!


No nordeste do Brasil há um folguedo tradicional do tempo do Natal que encanta a todos que o assistem ou a ele estão ligados. É o PASTORIL, singela manifestação originária do chamado “teatro religioso popular”, comum na Espanha e em Portugal, que recria a louvação feita pelos pastores na noite em que Jesus nasceu, fazendo isso em canções de anônima criação, em contendas entre figuras de destaque de cada pastoril, de danças, de escolha e coroação de “rainhas”, defensoras das cores AZUL ou ENCARNADO, como tema de peleja.

Para a maioria dos estudiosos da cultura popular esse folguedo característico do período natalino tem séculos de tradição e é representado desde a preparação do Natal, até as festas de Reis, com alegorias, bailados e canções, todas louvando o Menino Jesus que chega e que atrai os pastores na noite que se adianta, como um teatro popular, de cadência rítmica muito semelhante a canções portuguesas,

Dos Pastoris religiosos, feitos nas igrejas, próximos ao Presépio armado em lugar de destaque, o costume ganhou as ruas, “profanizou-se”, co-existindo, nos dias atuais, um pastoril de gosto popular mais fiel à veneração do Filho de Deus nascido, e um outro, de caráter profano, galhofeiro e irreverente, com canções nada convincentes do ponto de vista religiosos. E existem seguidores para todas essas tendências.

Mesmo nos pastoris religiosos, percebe-se que, ainda que de gosto popular, alguns grupos pareceram sempre mais burgueses, com trajes luxuosos, cantando diante de Presépios (ou “Lapinhas”, como são chamados) e que são a representação estática do nascimento do Menino Jesus. Outros vestem-se até de papel crepon, na pobreza da sua roupa humilde...

Na sua composição, o PASTORIL tem, principalmente, PASTORINHAS, vestidas de AZUL ou de ENCARNADO (a cor “vermelha”), destacando-se no cortejo três dessas figuras:

  • a MESTRA, principal figura do "cordão" ENCARNADO;
  • a CONTRA-MESTRA, principal figura do "cordão" AZUL
  • e a DIANA, elemento agragador, dançando isolada entre os dois "cordões", vestida nas duas cores do Pastoril: o ENCARNADO e o AZUL.

Afora essas personagens principais, muitas outras assumem papéis especiais, como a CIGANA, o ANJO, a CAMPONESA, o PASTOR... Em tudo há a singeleza do fervor religioso e o anonimato ds "Jornadas", que são as canções feitas só e para aquele momento de louvor.

O encantamento do PASTORIL atravessou gerações e chegou aos nossos dias, eternizado nos muitos dedicados guardadores dessa tradição, na fidelidade de escolas que continuaram a repetir toda esse costume natalino, nos grupos que foram se formando por aí afora e, mais recentemente, na feitura de um CD - "Pastoril" - pela pesquisadora e musicisita Dinara Pessoa, registrando 20 diferentes jornadas, imortalizando as poesias repetidas por adultos e crianças, CD este merecedor do "Prêmio Rodrigo de Melo Franco", a nível f ederal, pelo inusitado que representa, no universo da cultura popular.

Seria muito bom que tudo isso se perpetuasse... E que nós pudéssemos ouvir, pela vida afora, as doces e inesquecíveis jornadas de pastoril... Ah! como seria bom!

Um comentário:

Anônimo disse...

olá meu nome é bianca, e estou fazendo uma pesquisa do pastoril para uma aprsentação de escola!!

uma feira de cultura!
eu simplismente adorei esse blogger, pois nele encontrei informação que posso adquiririr no eu trbalho, além de ser bem interessante!!!

bejos e...


parabéns♥