domingo, 17 de junho de 2012

O DESCONHECIMENTO SOBRE FERNANDO DE NORONHA


A história dos homens, em todos os tempos, exerce um enorme fascínio sobre muita gente, pelo que reserva de surpresas, pelas emoções que desperta, pelos segredos que aponta, pela ignorância lamentável da tantos que pode ser preenchida por sabedoria...

No meu caminho em busca das verdades sobre Fernando de Noronha, tenho vivido momentos preciosos de descobertas e, reconhecendo o quanto o foi o arquipélago relegado ao ostracismo, na grande História do Brasil, a vontade é sempre de propagar descobertas, falar sobre elas de todos as formas possíveis, elucidando momentos de beleza, de dor e de glória, ali experimentados.

Gente de muitos lugares vem em busca de dados ou de confirmações, no seu envolvimento pessoal com esse ou aquele tema... E, para mim, contribuir para esclarecer esse passado que me propus a descobrir estabelecem-se laços fortes, que se continuam quando a curiosidade foi satisfeita e aquele que se sentiu amparado na sua sede de saber sentiu-se saciado.

As buscas são as mais diferentes possíveis... Alguém me busca porque pesquisa a presença dos integralistas no arquipélago, no difícil período do Presídio Político oficial (1938/1942): e apresso-me a enviar fotos e informações disponibilizadas pelo “Programa de Resgate Documental sobre Fernando de Noronha”, proposta onde deposito meu saber noronhense e, em parte, consolidado nos livros que escrevi sobre o tema. Outro viveu na Ilha Grande, como familiar de um preso político ali confinado e, à procura de dados daqueles outros presos que vieram “da ilha”, inicia-se uma troca fantástica de conhecimentos, enriquecendo o conteúdo já tão diversificado do programa. Outro descende de um militar que serviu ali, no “Destacamento Misto da II Guerra Mundial”... E dessa troca surgem imagens expressivas das peças (canhões) levados para lá, que mostram a implantação do “sistema de defesa do século XX”, considerado necessário como armamento bélico mas que danificou os seculares caminhos em pedra, deixando marcas visíveis até hoje...

E assim tem sido... É da soma de cada contribuição, de cada foto doada, de cada “pedaço” dessa história de cinco séculos que um programa de resgate se alimenta. E conta sempre com a boa vontade dos inúmeros doadores, dispostos a abrirem mão de umas poucas heranças recebidas de seus antepassados para explicar um presente cada vez mais necessitado de atenção.

E, ainda neste ano de 2012, parte desse saber, desses “presentes” recebidos de muitos e da persistência na procura e organização desses bens inestimáveis, renascerá – em Fernando de Noronha – o MEMORIAL NORONHENSE / Espaço Cultural Américo Vespúcio - apresentando e disponibilizando - aos ilhéus e a cada visitante – a saga de um espaço insular de natureza exuberante e de uma história riquíssima, com muito ainda a descobrir-se!

Abençoado seja esse tempo que chega!!!

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