domingo, 29 de dezembro de 2013

UMA MEDALHA - O QUE FIZ PARA MERECÊ-LA?


 
Por muitos anos estive, voluntariamente, ao lado de Dom Helder Camara, vendo de perto o homem extraordinária que ele era, capaz de surpreendentes atitudes a cada dia, exercitando a beleza de seu coração generoso, a fortaleza de sua fé, o devotamento à sua Igreja, a coragem de ousar e de ser exemplo para o mundo, mesmo que isso fosse absolutamente espontâneo e até incompreendido.

Quanto ele se foi, em 1999, continuei unida a tanta gente que vivia essa mesma disponibilidade, cultuando sua memória, ajudando a preparar celebrações emocionadas, guardando seu ideário, com a certeza de estar diante de alguém que fora santo em vida e, um dia, teria o reconhecimento da sua Igreja, ascendendo aos altares do mundo que também o reverenciava.

Esse momento ainda não chegou. Ele perdura no coração e no desejo de milhares “helderólogos” espalhados por aí, nas homenagens que vão se sucedendo e tomou forma explicativa e museal com a implantação do MEMORIAL DOM HELDER CAMARA, formado pela Exposição de peças e de informações sobre ele, relativas às homenagens recebidas nos cinco continentes, e da Casa-Museu onde ele viveu de forma simples, por trás do altar da Igreja de N. Sra da Assunção das Fronteiras, lugar escolhido como moradia na Arquidiocese de Olinda e Recife, e onde se entregou ao Pai, em agosto de 1999.

Pois essa devoção a um homem santo, profeta do século XX, amado por todos. tornou-me alvo de uma homenagem especialíssima, na concessão que me foi feita da MEDALHA DE DIREITOS HUMANOS DOM HELDER CAMARA pela Câmara de Vereadores de Olinda, neste dezembro que termina.

A iniciativa dos Vereadores Marcelo Santa Cruz e Arlindo Siqueira foi aprovada. A Medalha e o Diploma agora figuram agora entre as lembranças da minha vida, em lugar de destaque, por tudo o que significa.

E que fiz eu para merecer essa honraria? Conviver com Dom Helder foi um enorme privilégio! Dedicar um pouco do meu tempo - em meio aos tantos trabalhos que precisava fazer a cada dia, para aJudá-lo nas mais simples ações que precisassem ser feitas - foi sempre um oásis diante da agitação que se avizinhava, uma atitude que era tomada também por muitas outras pessoas, igualmente cativadas por esse ser especial.

Sou grata aos amigos-Vereadores autores da proposta. Sou grata à Câmara de Vereadores de Olinda por tê-la acolhido. Sou grata aos amigos que me consideraram merecedora de recebê-la. E renovo aqui o meu sincero desejo de ver o meu santinho reconhecido pela sua santidade, como registrei no cordel “Dom Helder no céu”, distribuído na cerimônia de entrega do título em Olinda, no qual imagino quem o teria recebido no espaço celeste, na noite de 29 de agosto de 1999... Convicta de que foi isso que aconteceu lá nas alturas, peço ao “Santo Helder” que abençoe todos esses filhos amorosos que por aqui ficaram, inclusive eu.

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