domingo, 12 de janeiro de 2014

47 ANOS SE PASSARAM... QUE SAUDADE!


 
Éramos jovens. Estávamos apaixonados e, mesmo rodeados de muitas dificuldades, sonhamos um casamento na Igreja que fora nosso porto seguro: a Basílica do Carmo.



Ele, integrante do Coral do Carmo do Recife, orgulhava-se de ser membro daquele coro tão antigo e tão belo e queria a ele confiar as músicas que seriam cantadas, cada uma delas mais significativa do que a outra para nós dois.    



Eu, que crescera entre musicistas, que tinha na Música uma referência de felicidade e de encanto, tinha como ídolo maior o único irmão homem: o Maestro Fernando Borges. Também queria muito que o seu violino encantado igualmente se fizesse ouvir.



Dois frades daquele Convento do Carmo haviam acompanhado nossa trajetória como amigos, namorados, noivos e agora prontos pela a vida em comum: Frei Pio Moreira (o fundador do Coral do Carmo) e Frei Tito Figueroa de Medeiros, colega dos tempos de escola, de Cruzada Eucarística e dos Pastoris... A eles entregamos, com muito carinho, a condução da celebração que se fez, tocante, fervorosa, repleta de vozes queridas e sons de muitos instrumentos...     



12 de janeiro de 1967. Lá estávamos nós dois, firmando para sempre um compromisso nascido no coração e confirmado diante do altar da Padroeira do Recife, devoção mais querida nossa, que nos fez escolher seu belo hino como a “marcha nupcial” ao findar-se a cerimônia. E pela nave da igreja cantamos juntos, baixinho, sob a forte emoção daquele momento:

“Sublime Estrela do Carmelo,

dos dons celestes, medianeira,

protege, ampara com desvelo,

Recife – e nossa vida inteira!!!”



47 anos se passaram. Fernando está lá, na Pátria celeste, depois de 37 anos de vida em comum, deixando-se ficar na memória dos tantos amigos que fizemos e da família que constituímos, nas filhas que merecemos receber; nas mães – dele e minha – que acolhemos como um compromisso de amor, e da vozinha Tosca, doce como um favo de mel, que Deus nos deu de presente num dia qualquer dessa caminhada e que foi farol, luz, proteção e amor!



Hoje tudo é lembrança boa! Inclusive a luta pela qualificação profissional, tão difícil de buscar, que enfrentamos, sem que a qualidade de vida não se fizesse ausente do nosso tempo.



Com certeza, “Carminha” (a querida N. Sra. do Carmo, por nós dois assim re-batizada) ouviu mesmo aquele apelo cantado no belo hino feito pelo saudoso M. Bezerra e, com seu manto, protegeu e amparou com desvelo, Recife – e nossa vida inteira!!!



  

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