quarta-feira, 9 de março de 2016

NAUFRÁGIO DO BRIGUE FRANCES BOUGAINVILLE




178 anos, na tarde do dia 09 de março de 1838, o brigue francês BOUGAINVILLE se aproximava de Fernando de Noronha pedindo socorro... O sinal foi ouvido na Fortaleza dos Remédios, às 9h da manhã. Chovia muito. Tempo fechado. A “barca-brigue” navegava próximo aos Morro Dois Irmãos, bateu nos rochedos e virou. O comandante, Capitão Henry, pedia socorro. Em um bote, passageiros e alguns tripulantes (inclusive criança) desceram à terra. Outros, chegaram em uma jangada. Por fim, a embarcação encalhou.

50 prisioneiros que cumpriam pena na ilha foram enviados ao local do sinistro. Resgatarem o que foi possível. O capitão da embarcação tratou mal esses presidiários. O coordenador da turma de presos informou aos náufragos que a ilha tinha poucas condições para acolhê-los. Poderiam ajudar, certos de que o navio levaria uns dois meses para afundar completamente e, por isso, deveriam retirar dele o que fosse aproveitável.

Tripulantes e passageiros foram precariamente hospedados na ilha. Em pouco tempo o navio arrebentou-se nas pedras. Dois dias depois amanheceu quase todo partido. Mais 38 presos foram mandados para ajudar. O capitão explicou que tentara chegar à Praia da Sambaquixaba, na ilha, porque precisava de água. Mais o choque nos rochedos tinha sido inevitável. 

Dia 18 de março, ele afundou completamente. Os passageiros e as 14 pessoas da tripulação estavam salvos. Em ofício remetido ao governador da Província, Francisco do Rego Barros, o responsável pelo Presídio, Francisco José Martins, narrou o fato.

Esse foi um dos naufrágios no arquipélago, sem vítimas, graças à pronta intervenção dos que viviam em Fernando de Noronha, inclusive prisioneiros e correcionais. O documento com este relato está guardado no Arquivo Público de Pernambuco e cópia dele foi enviada ao Serviço Geral de Documentação da Marinha, no Rio de Janeiro, na década de 1990, por solicitação do seu diretor, Almirante Max Justo Guedes, que o encaminhou, em cópia, ao Tribunal Marítimo, para conhecimento e arquivamento.

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