quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

BLOCO DA SAUDADE - 25 ANOS TRAZENDO DE VOLTA O PASSADO...


O Carnaval de 2009 trouxe razões para um grupo carnavalesco comemorar 25 anos de uma trajetória corajosa, iniciada em 1984, com o propósito maior de trazer de volta as marchas-de-blocos que fizeram a marca-registrada de carnavais antigos e foram sendo esquecidas ao longo dos tempos...

Muitas dessas canções falavam de blocos líricos, não mais existentes e de velhos compositores, permitindo o resgate também de nomes de pessoas e agremiações carnavalescas, citadas nas músicas resgatadas, muitas criadas por gente de saudosa memória. Foi assim que o povo, pelas ruas, descobriu a beleza e curiosidade de grupos antigos, embalados pelo encanto de cantar juntos – no Recife ou em Olinda – seguindo o BLOCO DA SAUDADE que, este ano, está em festa!

Até a escolha de uma “máscara” como estandarte tornou-se emblemática... Lá vinha, pelas ruas mais diversas, um grupo de foliões, vestidos com as cores azul e encarnado (tão simbólicas nos “Pastoris” natalinos de Pernambuco) e o seu estandarte já remetia o público para o passado, quando mascarados corriam soltos pela folia carnavalesca, tocando suas castanholas.

A forte presença do bloco nas ruas era, principalmente, sentida através do repertório musical. Cabia-lhe “relembrar o passado” não tão distante, de outros blocos, outros tempos e, sobretudo, compositores de outros carnavais...

E foi por ele que jovens e velhos ficaram sabendo que, antes deles, blocos os mais diversos seguiam aqueles percursos, saboreando a mesma alegria e espalhando beleza: “Apois-Fum”, “Toureiro”, “Flor da Lira”, “Cartomantes”, “Corações Futuristas”, “Flor da Magnólia”, “Andaluzas”, “Bloco das Flores”, “Pavão Dourado” e outros, outros, outros...

Depois, no rastro desses 25 anos de permanência, de trazer de volta às ruas as orquestras de pau-e-corda, o BLOCO DA SAUDADE viu surgirem outros blocos semelhantes, com o mesmo gosto de tempos distantes e a mesma cadência dolente do caminhar pelas ruas, sempre a cantar a natureza, a beleza, o amor... E nenhuma rivalidade marcou esse novo tempo!

Isso é ser tradicional sem deixar a modernidade de lado. Gravar o passado no presente. Recordar o que se teve de bom e arrojar-se nos dias atuais, com tanta garra e tanto ardor que, esse bloco aniversariante mereceu ser admirado por todos, inclusive (e, talvez, principalmente) pelo profeta do século XX, Dom Helder Camara, a quem nunca deixou de saudar, em cada dia de aniversário, nem mesmo quando esse aniversário era também saudade, no seu centenário, comemorados neste fevereiro que se vai, com direito a das músicas especiais, do grande Getúlio Cavalcanti!

Tomara que essa “saudade” continua a inspirar gente de bem com a vida, contagiando os que hoje se iniciam na apreciação dessa forma de frevo tão especial, que é o frevo-de-bloco! Tomara que possamos seguir os blocos, com o coração em festa, porque um deles – pioneiramente e no tempo de agora – teve a coragem de ousar muito!

Ave, BLOCO DA SAUDADE! Que bom que você existe!

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