quarta-feira, 14 de maio de 2014

A CACIMBA E O PADRE NA HISTÓRIA NORONHENSE



O lugar é especial: arborizado, de difícil acesso, muitas ruínas, com uma lenda que lhe justifica o nome - PRAIA DA CACIMBA DO PADRE. E o mar tão próximo e tão belo daquele lugar severamente vigiado no passado, para que ninguém, em tempos remotos e estando são, ousasse beber daquela que era a melhor água da ilha

Originalmente protegida de agressões e disponível apenas para os doentes, era o lugar de acesso ao mar, tendo como precioso “enfeite”, o lendário Morro dos Dois Irmãos, somente muito mais tarde descoberto para o Turismo de aventura, de praia e sol, inspirador de lendas que atravessaram os tempos.

A Cacimba tem identidade: foi feita em 1888, por presidiários recrutados pelo então Capelão do Presídio, Pe. Francisco Adelino de Brito Dantas. Ali perto ele morou, celebrou missas na pequena capela dedicada à Virgem da Conceição da Vila da Quixaba e providenciou a forma de guardar a excelente água que brotava, num espaço insular sem lençol freático e de córregos temporários.

Na imagem do final da década de 1930, ela estava protegida. Por causa dela, a praia, que se chamava - da Quixaba -, na Vila que tinha esse nome, passou a ser identificada com outra - e nova - denominação: Praia da Cacimba do Padre. E o Pe. Francisco Adelino imortalizou-se com ela.

Essa é uma das descobertas na história de Fernando de Noronha. Uma praia. Um capelão curioso e destemido. Uma fonte de saúde na água gaseificada. Uma nova identificação para a hoje chamada também “Praia dos surfistas”. E, depois disso, o abandono do local e a sua “quase” degradação em meio à quietude do lugar, por aqueles que tiveram, em tempos diversos, a obrigação de zelar pela patrimônio cultural tão importante... Pena

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